Há algo de especial no Desporto
Escrevo isto depois de um fim de semana muito especial. Cheio de surpresas, com muita ansiedade à mistura e emoções diversas que percorreram a minha mente num periodo inferior a 30 horas. Vou tentar contextualizar-vos do ponto onde me encontro neste momento (a vocês e a mim, um dia que leia isto novamente).
Hoje é, possívelmente, o dia que antecede o lançamento da aplicação Fitness Metrics. Foram cerca de 6 meses de trabalho, a desenvolver tudo e mais alguma coisa para que tudo batesse certo agora, no momento em que apresento este projeto ao mundo. Foram meses de incertezas, de ansiedades extremas, de acordar frequentemente a meio da noite com o medo de que tudo dê errado. Está tudo bem. Não consigo dizer o quanto já cresci com este projeto, mesmo antes de começar.
Para mim, isto marca o começo de uma nova era, mesmo que pouco seja aquilo que vá fazer que seja novo. Hoje, por exemplo, procurei aprender a utilizar de forma mais profissional e concisa o Google Ads, para conseguir transmitir a minha mensagem a cada vez mais pessoas e, acima de tudo, a pessoas que precisem de a ouvir. Fui aprendendo a fazer alguma edição de vídeos, fui aprendendo a obter leads, a desenvolver melhores ofertas, a definir preçários, noções de CAC e LTV... Sei lá, acima de tudo acredito que tenho vindo a desenvolver a capacidade de entender melhor como é que consigo manter este projeto vivo e crescê-lo, pensando sempre que, para isso, tenho de fornecer o melhor serviço de todos e fazer com que muita gente saiba disso. Esse foi, resumindo muito arcaicamente as coisas, aquilo que eu tenho vindo a fazer.
O meu acompanhamento online, na prática, não terá as permissas alteradas... Mas vou conseguir fazê-lo com melhor qualidade e, de facto, com maior certeza de que essa qualidade é percebida por qualquer um que a experimente.
Sobre esta questão, a minha cabeça neste momento encontra-se numa posição bastante saudável, porque sei o quanto já evoluí com isto e estou mais consciente daquilo que ainda falta aprender (que é muuuuuito, mas estou disposto a isso). Se tudo der errado, tiver de fechar a empresa e tiver de dedicar-me a qualquer outra coisa (cenário hipotético e longínquo, no mínimo), sei que nunca terei ficado a zeros. As skills que tenho vindo a desenvolver terão lugar em qualquer outra coisa que faça na vida. E só estamos cá uma vez, por isso... Mais vale aprender muito e aprender rápido, nunca saberei quando será necessário.
Contexto "empresarial" dado, falemos de desporto. No sábado, perdemos um jogo que não deveríamos ter perdido, hoje (domingo) ganhamos um jogo que não contávamos ganhar, esta é a verdade. E o desporto tem esta coisa mágica, de mexer no núcleo das nossas emoções, mesmo que não seja algo que façamos profissionalmente... mas porque é que isto acontece?
Sou demasiado jovem para pensar nisto, mas envelhecer assusta-me. Ouvir a "Forever Young" e pensar que quem a canta já não é (de facto) jovem emociona-me sempre... O desejo desse artista não se concretizou, assim como o de todos aqueles que cantaram aos berros essa música quando ela saíu. Esta era a geração da minha mãe, por exemplo. O tempo passa, e isso assusta.
Ouvi alguém dizer esta semana que a maior "maleita" do mundo é o envelhecimento, e isso veio a propósito da luta do Mike Tyson que que aconteceu ontem. Eu mantive os pés bem colados ao chão, sabia que a versão animalesca do Tyson de 1986, de quando lutou pela primeira vês pelo título nunca iria repetir-se, mas compreendo o desejo de todos de ver o "herói" de 58 anos a derrotar o jovem promissor 30 anos mais jovem. Daria a esperança ao mundo de que tudo é possível. Assim como o Ronaldo, todos gostávamos que ele mantivesse a performance que tinha aos 30 anos, pelo menos durante mais 20 anitos... Podemos empurrar o envelhecimento para a frente, mas seremos sempre cobrados dele.
Há este desejo dentro de nós de mantermos sempre este lado mais infantil, de podermos berrar bem alto quando queremos e chorar quando precisamos. Eu não conheço muitos outros espaços da nossa vida onde isto nos seja permitido como é no desporto, tanto na emoção da vitória como na tristeza da derrota.
Posto isto, quando pergunto aos meus atletas o que é que os faz continuar, nenhum deles menciona nada disto que acima mencionei, mas acho que no fundo isto é um dos motivos para continuarmos e vivermos tanto este fenómeno desportivo. Há brincadeiras que se mantêm dentro de uma equipa desde os minis até ao final da carreira e eu acho isso fascinante. As brincadeiras, os momentos de descontração, a frustração de um mau dia de treinos.
Eu nunca vi ninguém sair frustrado de um dia de trabalho por só ter conseguido responder a 150 emails em vez de 160, mas para um atleta ter uma eficácia 5% pior no remate pode ser motivo suficiente para pôr-se em causa, assim como o cenário contrário também acontece.
E este loop constante de feedback acaba por colocar-nos nesta roda viva, de sermos motivados pela dopamina e serotonina da vitória e sermos ainda mais motivados pelo medo da derrota. O medo de perder é algo que move o mundo para a frente, e acredito que muita coisa fantástica já tenha sido desenvolvida pelo facto de toda a gente ter medo de perder aquilo que já conquistou, seja fortuna, status ou qualquer outra coisa.
É tarde, amanhã pode ser um dia muito importante para mim e para vocês, que entraram nesta aventura comigo. Que seja mais um capítulo diferente de aprendizagem daqui para a frente: VENDAS.
Vou aprender muito com isso, certamente.
E se leram isto até aqui, façam-me saber! É das coisas que mais motiva a continuar é saber que, lá no fundo, há sempre uns quantos malucos que gostam daquilo que vai na minha cabeça e que, acima de tudo, se identificam com os meus problemas ou pensamentos. Quando pensamos mais a fundo nas coisas percebemos que não fazemos ou gostamos de algo simplesmente porque sim. Há sempre um motivo para tudo... Por exemplo, já pensaste porque é que apoias um clube?
Vou trazendo novidades.